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ROTEIRO VIETNÃ

HO CHI MINH

QUATRO DIAS EM SAIGON COM BATE-VOLTA ATÉ DELTA DO MEKONG E CAMPOS DE BATALHA DE CU CHI

ROTEIRO VIETNÃ

HO CHI MINH

QUATRO DIAS EM SAIGON COM BATE-VOLTA ATÉ DELTA DO MEKONG E CAMPOS DE BATALHA DE CU CHI​

Ho Chi Minh ou Saigon é a maior cidade do Vietnã e principal centro financeiro do país, a cidade está localizada no sul do país, bem próxima à fronteira com o Camboja.

Fundada pelos khmers e conquistada pelo anameses no século XVII, foi ocupada pela França em 1859, sendo sua colônia por muitos anos, e isto é perceptível na típica arquitetura francesa em algumas construções importantes da cidade. Tornou-se capital da Cochinchina, que formava a Indochina (Indochina porque compreendia um território entre a Índia e a China).

Saigon, letra na música de Emílio Santiago, mudou de nome para Ho Chi Minh após a Guerra do Vietnã, em homenagem ao líder comunista. Após a guerra e retirada das tropas americanas houve a reunificação do país. O interessante é que hoje o nome Saigon ainda é utilizado pelos vietnamitas, pois simplesmente é um nome mais fácil de pronunciar do que Ho Chi Minh. 

Com cerca de 8 milhões de habitantes, mais de 13 milhões na área metropolitana, a cidade reflete modernismo e cresce a um ritmo vertiginoso de até 10% ao ano, em grande parte devido ao turismo que soube explorar.  

Roteiro de quatro dias em Ho Chi Minh

Saímos de Hanoi com destino à Ho Chi Min no sul do Vietnã em um voo da companhia aérea vietnamita Vietjet airways. É a companhia low cost mais usada no país e há voos diários em diversos horários do dia nesta rota a um preço bem acessível.

Voar em companhias low cost pode ser bem vantajoso para quem está com o orçamento apertado, porém é preciso estar atento à rigorosa política de bagagem destas companhias. Em voos low cost o despache de bagagem é cobrado à parte (às vezes mais caro que o preço da passagem) e o peso máximo da bagagem de mão entre 7 a 10 kg. Na Vietjet o peso máximo permitido para a bagagem de mão é 7 kg, onerando bastante quem opta por despachar. Nossas malas estavam acima do peso (sim, é muito difícil viajar um mês somente com 7kgs) e fomos taxados em Hanói, mas por sorte a atendente foi compreensiva e pagamos somente pelo excesso de 1kg =15 dólares.

Ao chegar na cidade é impossível não notar o mar de motos. É o país com maior números de motos por habitante do mundo. Ter um carro no Vietnã é caro e o transporte publico não é tão eficiente.

Apesar de o trânsito ser bem caótico em certos horários, faixa de pedestre ser enfeite (atravessar a rua era sempre a maior aventura do dia) e o som das buzinas não darem um minuto sequer de trégua, eles andam em uma velocidade bem controlada e talvez por isso, mesmo com tanta confusão, não se vê acidentes.

Ficamos 4 dias na cidade, sendo 2 dias para conhecer a cidade e 2 para os dois principais passeios que partem de Saigon, tour pelo Delta do Mekong e ao campo de batalha da Guerra do Vietnã.

No primeiro dia, após a chegada, decidimos andar e conhecer os arredores da nossa hospedagem. Como de praxe, gostamos de visitar os mercados e assim vivenciar um pouco dos costumes culinários locais. O famoso Mercado Central da cidade, Ben Market, tem muitas opções de comida e souvenires.

Se precisar ir ao supermercado, contente-se com as redes de lojas de conveniência Family Mart e Seven Eleven. Apesar de pequenos, estes mercadinhos contém o essencial e estão espalhados por toda a cidade (alguns ficam abertos 24 horas), sendo uma mão na roda em muitos momentos.

Um fato interessante foi poder observar algumas comidas e bebidas bem excêntricas como chocolate de pistache, chips de lula e frutos do mar, ovo ou milho cozido já embalado, e sorvete e shakes de chá verde (smoothie).  É  também muito comum encontrar comerciantes vendendo frutas cortadas de uma forma artística e prontas para o consumo.

O consumo de vegetais e comida fresca na Asia é muito comum e diferentemente da cultura ocidental, é raro ver na Ásia, pelo menos por onde passamos, restaurantes fast food lotados. Isto é evidenciado na própria aparência destas pessoas, que são, grande na maioria, magras.

Ben Market

Bate volta até o Delta do Mekong

No segundo dia fizemos o passeio para o Delta do Mekong. Reservamos o passeio no dia anterior em uma agência de turismo localizada bem em frente à nossa acomodação em Saigon. 

Há diversas agências de turismo próximas ao Ben Market, caso tenha interesse em fazer algum passeio, poderá reservar sem maiores problemas diretamente nas agências. Mas atenção algumas delas não aceitam cartão de crédito ou tem um preço diferenciado para pagamentos em dinheiro ou cartão. 

Todos os dias, próximo ao mercado, diversas vans e ônibus partem em direção aos roteiros turísticos. Saímos às 7:00 de van em direção ao Delta do Mekong. O passeio é completo e inclui outros pontos turísticos. Assim, após três horas fizemos a primeira parada no Vinh Trang Temple, um templo budista do século XIX. No pátio, enormes estátuas  de Buda e um bonito jardim. O prédio principal é uma mistura de arquitetura europeia, vietnamita e khmerista. Em seu interior, foi possível, durante a visita, presenciar o momento de prece dos monges. 

Vinh Trang Temple

Continuando o passeio, seguimos para My Tho, capital da província de Tien Giang. O local serve de base para os passeios de barco pelo Rio Mekong. 

Uma observação importante: fizemos o passeio em uma pequena embarcação, desprovida de coletes salva vidas e isso me incomodou um pouco, já que sempre tenho o costume de usar o colete em passeios na água. Se isso também é um problema para você, certifique-se, antes de entrar no barco,  de que existem coletes. Questionei sobre isso quando o barco já tinha partido e como não havia coletes no barco o guia não pôde fazer nada a respeito. O que me incomodou um pouco durante o passeio.

Assim, partimos de barco para a nossa segunda parada, uma fazenda de abelhas em Phoenix Island, uma ilha no rio Mekong. No local fomos convidados a experimentar doces e bebidas a base de mel.

Depois seguimos novamente de barco para a província de Ben Tre. Sentamos em algumas mesas em uma área coberta e nos foi oferecido frutas locais (dentre elas a pitaia, muito comum na Ásia) ao som de músicas locais. 

Em seguida por uma trilha em meio à natureza fomos conhecer uma fábrica de beneficiamento de côco, onde são produzidos balas, picolés, sorvetes, doces dentre outros produtos a partir do côco. Tivemos a oportunidade de ver a produção artesanal de balas de côco e achamos um passeio (literalmente) delicioso.

Nossa próxima parada foi, enfim, na parte mais esperada do tour, o passeio pelos Nipa Canals. Nestes  canais, muito mostrados em filmes de guerra,  ocorreram algumas batalhas da Guerra do Vietnã. O passeio consiste em atravessar os estreitos canais em barcos típicos da região conduzidos por moradores locais. Importante: reserve alguns vietdongs para, ao final do passeio, como cortesia, dar uma gorjeta à pessoa que conduz o barco pelos canais :).

Nipa Canals

Após o passeio seguimos para o almoço, já incluso no valor pago pelo passeio em um aconchegante restaurante. No local existe área de lazer para um breve descanso após o almoço , parquinho para crianças e criação de crocodilos, que são servidos na culinária local e utilizados para produção de bolsas e sapatos.

Bate volta até Cu Chi

No terceiro dia, seguimos rumo ao distrito de Cu Chi, mais especificamente até o campo de batalha que ficou mundialmente conhecido após a guerra do Vietnã contra os EUA.

No caminho fizemos uma parada para conhecer um templo Cao Dai. O Caodaísmo é uma religião monoteísta do Vietnã, sendo uma combinação do Budismo, Taoismo, Confusionismo, Cristianismo, Islamismo e Hinduismo. O seu Deus, Cao Dai, é representado por um olho esquerdo dentro de um triângulo.

Cao Dai Temple

Cu Chi é um distrito com mais de 350 mil habitantes que foi palco de umas da guerras mais conhecidas. A cerca de 40 km de Ho Chi Minh o lugar guarda as memórias da batalha que durou mais de 20 anos.

O campo de batalha é cortado por mais de 240 quilômetros de túneis que abrigaram os vietcongues na guerra contra os EUA e o norte do Vietnã. Embora cavados de modo precário, com pás e enxadas, foram arquitetados engenhosamente. Há dois complexos de túneis, o Ben Dinh e Ben Duoc, ambos cavados estrategicamente muito estreitos para dificultar o acesso pelos soldados norteamericanos que em geral tinham maior estatura e porte físico, enquanto os vietnamitas eram pequenos e magros. Nos túneis eles dormiam, cozinhavam e organizavam táticas militares. Essa foi a forma que eles, inteligentemente, encontraram de compensar a inferioridade em relação ao poderio bélico norteamericano. Apesar de todas as aparentes desvantagens, os vietcongues foram bastante estrategistas. E assim, utilizando os recursos que dispunham, venceram a guerra, que terminou em 1976.

Após a guerra e abertura do complexo para o turismo, o Ben Dinh teve de ser alargado para que pudessem ser visitados. Já o Ben Duoc não teve seus túneis alargados, sendo portanto não recomendado para a maioria dos turistas.

Uma curiosidade: os EUA usavam cachorros para farejar e fazer busca nos túneis. Mal sabiam que os animais faziam parte da culinária local 🙁 .

Dentro da floresta, palco do campo de batalha, é possível visitar os túneis, andar por entre as trilhas, ver armas e tanques da guerra, armadilhas e ainda, comprando o combo de balas, é possível atirar com um fuzil Ak-47 e outras armas. Durante todo o passeio é impossível não se impressionar a todo momento com o barulho dos disparos efetuados pelos turistas com as armas.

A guerra se foi, mas não sem deixar sequelas. Os  vietcongues voltaram da guerra com problemas de visão, parasitas intestinais, problemas de surdez (barulho das explosões), problemas psicológicos e entre outros. E, claro, não se pode deixar de mencionar os colaterais do Napalm e do Agente Laranja, este uma arma química com potencial extremamente cancerígeno usado pelos EUA para desfolhar a vegetação vitimou e ainda continua vitimando milhares de pessoas. 

Maquete dos túneis de Cu Chi
Cu Chi túneis

De noite, já de volta a Saigon, visitamos a praça Nguyen Hue, uma enorme praça com fontes iluminadas e cercada de bares e restaurantes, onde as pessoas se reunem para o momento de lazer.

Praça Nguyen Hue

No último dia em Ho Chi Min visitamos o museu da guerra. O museu expõe equipamentos, tanques, aeronaves, armas e bombas. No interior, há diversas salas que retratam com fotos, vídeos e sons o sofrimento dos vietnamitas durante e depois da guerra. 

War Remnants Museum

Ao andar pela cidade, é curioso observar a arquitetura diferente de alguns prédios bem estreitos. Na época da guerra, o povo na miséria vendia parte de seus terrenos, alguns somente a metade, e assim engenhosamente, usando a criatividade vietnamita, construíram os prédios conforme mostra a foto abaixo.

Arquitetura de construções muito comum no Vietnã

Na última noite em Saigon, fomos para a rua Bui Vien, a Kao San Road (famosa rua de Bangkok) de Ho Chi Minh. A rua é muito animada, cheia de bares, boate, luzes e lotada de pessoas.

Bui Vien foi o local perfeito para fechar com chave de ouro a nossa visita à cidade (e ao Vietnã), e nos despedir, claro, tomando uma Saigon.

Curtindo a última noite em Saigon na rua Bui Vien

Onde se hospedar em Ho Chi Minh

Reservamos pelo Airbnb um apartamento no Distrito 1 (a cidade é dividida em distritos), principal área turística da cidade, bem próximo ao Ben Market e das principais atrações da cidade. Assim conseguimos visitar tudo a pé. A principal região hoteleira se concentra em Da Kao até Pham Ngu Lao. Onde quer que se hospede na região (em vermelho no mapa) não terá dificuldade para turistar pela cidade.

E ai? Vale a pena incluir Vietnã no roteiro?

Co toda a certeza!! Vietnã é um país maravilhoso e definitivamente recomendamos que  você  o inclua em seu roteiro pelo sudeste asiático. Confesso que não tínhamos muitas expectativas sobre a viagem por lá e toda a beleza e simplicidade dos lugares e das pessoas nos surpreendeu. Se pudéssemos mudar algo em nossa viagem pela Ásia, com certeza seria ficar mais alguns dias no Vietnã e explorar mais um pouco esse incrível país.

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