Luxor, que já teve como nome Tebas, é uma cidade localizada no sul do Egito e que depois de Menphis, foi a segunda capital do país.
O rio Nilo separa a cidade em duas partes: parte leste (east bank) e parte oeste (west bank). A parte oriental (leste) era destinada aos vivos e abriga o templo dos deuses: templo de Luxor e o templo de Karnak. Já a parte ocidental (oeste) era consagrada aos mortos e por isso é onde está localizado o Vale dos Reis ou Vale dos mortos, local que foi palco da enorme necrópole reservada aos túmulos dos faraós. A cidade demorou a crescer por este lado, pois existia o estigma do local ser destinado aos mortos e assim amaldiçoado.
Hoje, o Vale dos Reis guarda em seus inúmeros túneis (muitos ainda não descobertos) resquícios da história do Egito faraônico. Importante ressaltar que este lado do Nilo também guarda os Colossos de Mêmnon (duas estátuas gigantescas do faraó Amenófis III), o Vale das Rainhas e o templo de Hatshepsut, a rainha mais importante que governou o Egito.
Chegamos em Luxor depois de uma viagem de mais de 8 horas pelo frio do deserto em um ônibus da companhia GoBus. As passagens de ônibus da Go Bus podem ser compradas no escritório da empresa ou via internet, mas não deixe para comprar na última hora, pois geralmente os lugares esgotam-se rapidamente. Viajar de trem também é uma opção e ainda mais barata do que o ônibus, mas neste caso é interessante comprar os ingressos pela internet, pois costumam cobrar mais caro dos turistas na estação.
Como nos hospedamos no lado oeste (west bank), foi necessário pegar um barco para atravessar o Nilo até a outra margem. Dica: o valor médio cobrado pela travessia de um lado para o outro é 20 pounds. Não aceite pagar mais do que isto!
Nos hospedamos no Al Hambra Hotel, localizado no lado oeste da cidade.
Em Luxor há duas opções de escolha para localização do hotel: lado oeste (west bank) ou leste (east bank), pois a cidade é cortada no meio pelo rio Nilo. Mas isto não gera nenhuma dificuldade. Como falamos, por 20 EGP é possível atravessar de um lado para o outro em poucos minutos.
No lado leste, estão localizados os famosos templos de Karnak e Luxor. Há mais opções de bares e restaurantes, pois é região na qual a cidade cresceu mais. No lado oeste, apesar de menor oferta, também há ótimas opções de restaurantes. Neste lado estão localizados o Vale dos reis e o templo de Hatshepsut.
O café da manha do hotel não podia ser mais típico: Falafel, feijao egípcio, panquecas, queijo feta , pão sírio e frutas.
Depois de chegar e descansar no hotel, partimos para o templo de Karnak . Andamos até o pier, pegamos o ferry e atravessamos para margem leste. Depois seguimos até negociar uma charrete para o passeio pelos dois templos e para outras partes da cidade.
Na porta dos templos há vários guias oferencendo seu serviço. Vale a pena se quiser usufruir melhor o seu passeio, mas reserve previamente com um guia (pela internet ou pelo seu hotel) se quiser que o passeio seja explicado em português, porque na porta é mais comum falarem inglês; e alguns poucos, espanhol.
O Templo de Karnak, dedicado ao deus Amun Ra e a sua família, é um complexo de quase 5 quilômetros quadrados com mais de 20 templos em seu interior.
O templo é rico em escrituras e pinturas antigas, com destaque para o Grande Salão Hipostilo.
De Karnac seguimos para o Templo de Luxor, que na etimologia, significa “os palacios”.
O Templo de Luxor ou Templo de Amon, é uma construção com colunas em formato de papiro e que foi dedicado a Hórus, deus dos céus. Hórus, que tinha a cabeça de um falcão, passou a ser associado ao deus Rá, o sol. Assim, o sol era considerado seu olho direito, enquanto o esquerdo, o famoso “Olho de Hórus”, que tudo vê. Luxor seria dedicado às festas e Karnak sua casa.
Observe que na entrada dos templo há somente um obelisco. Foram construídos dezenas de obeliscos por todo o Egito e hoje há vários deles espalhados no mundo, fruto de presentes e negociações, quando o país ainda não tinha dimensão do valor histórico que os objetos antigos representavam. Um deles por exemplo se encontra na Place de la Concorde em Paris.
Curiosidades:
– Com o tempo. o deus Hórus (cabeça de falcão,) deus dos céus, começou a ser retratado como disco solar de Rá (simbolo do deus Amon-Rá), pois os egípcios misturavam os deuses uns com os outros;
– O Ankh (cruz egípcia) representada na mão esquerda dos deuses e faraós que era o símbolo da vida deu certamente origem à cruz cristã. O cajado, segurado na outra mão, era de poder do governante;
– Na história Seth, deus do caos, matou seu irmão Osíris, deus da vegetação, para poder governar o Egito. Hórus, filho de Osíris e Ísis, deusa da maternidade e da fertilidade, travou uma batalha com seu tio Seth para poder vingar a morte do pai. Após derrotar Seth, Hórus tornou-se o rei dos vivos no Egito. No confronto perdeu um olho que depois seria recuperado por Hathor, deusa da lua, e substituído por um amuleto que passou a simbolizar o poder real (era um adorno na frente das coroas dos faraós). Seu pai Osíris foi ressuscitado e se tornou o deus do além.
– Anúbis, cabeça de chacal, era o deus dos mortos. A ideia surgiu pois associaram ao fato dos chacais comerem cadáveres;
– Thoth era o deus da escrita e da sabedoria, criador dos hieróglifos;
– Estes deuses eram os principais, mas existiam vários outros deuses no Egito.
– O barco é retratado em vários templos pelo Egito. Os egípcios acreditavam que, após a morte, sua alma navegaria até o juízo final;
– O Egito naquela época era dividido em Alto e Baixo Egito. A região de Luxor representava o Alto Egito, pois é onde nasce o rio Nilo.
– Além dos templos de Luxor e Karnak, também é possível visitar o Museu de mumificação. Interessante é que nele há animais mumificados, como crocodilos e gatos.
No dia seguinte, após o café da manhã, partimos para o Vale dos Reis, passeio este que tínhamos agendado antecipadamente com o nosso hotel. O Vale dos reis fica em uma região um pouco afastada e para se locomover até lá e de um ponto turístico a outro é indispensável que esteja de carro. Por isto, a importância de uma guia, além das explicações, você não terá que se preocupar com deslocamentos. Nós contratamos junto ao hotel um guia local que falava português e valeu muito a pena.
O Vale dos Reis é a necrópole da antiga Tebas onde os egípcios enterravam os faraós. Em dinastias anteriores, as pirâmides era construídas para serem túmulos. No entanto, os egípcios perceberam que como eram enormes e assim vistas a grandes distâncias, as pirâmides eram muito susceptíveis a saqueadores. Muitas tumbas foram roubadas ainda naquela época. A alternativa foi construir tumbas escondidas a muitos metros de profundidade como no Vale dos Reis.
A entrada no Vale custa 160 EGP e fornece o direito de visitar 3 tumbas das 15 tumbas que estão abertas para visitação. Para visitar as tumbas de Ramsés IV e Tutankamon, as mais visitadas, é preciso adquirir um bilhete à parte.
A tumba de Tutankamon, talvez seja a mais conhecida, não por ter sido ele um grande faraó, pois morreu aos 19 anos, mas sim porque foi a única tumba encontrada em bom estado sem nenhum sinal de saqueamento. O local estava intacto, com os pertences, os tesouros e até os órgãos do faraó retirados para a mumificação e guardados em uma arca (baú). Mas não se engane, nenhum destes pertences se encontram dentro da tumba, a maior parte foi levada para o Museu do Cairo e outras estão expostas no Museu de Luxor.
Visitamos os túmulos de Merneptah, Ramses IV e IX. É proibido tirar foto dentro do túmulo, a menos que você adquira um bilhete de fotografia que custa 300 EGP(!). Fomos alertado sobre isso pelo nosso guia. Caso você seja pego tirando fotos dentro do local e não possua tal bilhete, esteja certo que terá que pagar uma gorda “gorjeta” aos vigilantes que ficam dentro das tumbas de prontidão esperando algum espertinho que queira burlar as normas. Presenciamos uma abordagem nem um pouco amistosa de um vigilante a um turista e aquele, rapidamente, ao perceber que o turista estava sem o bilhete de fotografia, sem que o turista pudesse ter a menor reação, agressivamente tomou o seu telefone e exigiu a sua recompensa por ficar calado e não denunciar o turista às autoridades. Foi uma situação um tanto quanto desconfortável.
Seguimos para o templo mortuário de Hatshepsut, reconstruído por poloneses.
A rainha Hatshepsut foi o quinto faraó da 18ª dinastia do Egito Antigo e a mais famosa rainha egípcia daquele tempo. Filha do rei Tutmés I, apos a morte do marido inventou que era filha de um Deus e assim, pode governar o Egito por mais de 20 anos. Estabeleceu a primeira rede de comércio mundial e seu templo é considerado um dos templos mais importantes da antiguidade.
Para vocês terem uma noção de como Hatshepsut fez história, Cleópatra viveu na época do Império Romano, por volta de 300 a.C, muito depois do tempo depois Hatshepsut que governou entre 1478-1458 a.C.
Nossa última parada foi no Colossos de Mêmnon, duas estátuas enormes do faraó Amenófis III da XVIII dinastia, que representavam as guardiãs do templo funerário do faraó.
A tarde visitamos o souk (mercado) ao lado do templo de Luxor. Não é difícil achar, pois sua entrada se destaca. Nele é possível encontrar temperos, roupas, souvenires, etc.
Como sempre gostamos de comprar produtos comuns da cultura local, resolvemos comprar incenso. No Egito antigo o incenso era usado para reverenciar os deuses. Na parte da manhã, queimava-se Olíbano (conhecido também como franquincenso, uma resina aromática); ao meio-dia, Mirra; e Kyphi (Kapet) à noite. Além disso, certos deuses foram associados a tipos específicos de incenso (por exemplo, Hathor foi fortemente associada com a Mirra), e outros tipos eram usados para cerimônias específicas.
Para quem desejar é possível andar de feluca (típico e antigo barco a vela do Egito) pelo rio Nilo.
O Egito foi um dos países que já visitamos em que pudemos comer muito bem, gastando muito pouco. A comida lá é muito barata (para turistas, não para os locais que trabalham para ganhar muito pouco. Conhecemos uma pessoa que trabalha o dia inteiro para ganhar 3 euros). Então, a não ser que o seu orçamento esteja muito apertado, não se preocupe em procurar os locais mais simples, mesmo em restaurantes com uma aparência mais imponente pudemos comer bem e pagamos um bom preço.
Como falamos em item anterior, no lado leste há mais opções de bares e restaurantes e no lado oeste, apesar da menor oferta, também há ótimas opções de restaurantes, um deles é o African Garden Cafe e Restaurant que definitivamente recomendamos.
No lado leste certamente indicamos o Cafe Latte que fica bem próximo ao Templo de Luxor. Lá também pudemos fazer uma refeição completa e pagamos muito pouco.
Luxor no quesito alimentação foi surpreendente, todos os lugares que sentamos ficamos muito satisfeitos.
– Não existem aplicativos de trasporte disponíveis na cidade, mas há táxi, charrete e tuk tuk;
– Para atravessar o rio de um lado para o outro, o preço em geral cobrado é 5 pounds o ferry maior ou 15-20 os barcos menores, são mais caros, porém mais rápidos;
– Na hora de negociar um produto, serviço, ou qualquer outra coisa, use o bom senso, o Egito é um país pobre e as cidades turísticas vivem praticamente do turismo;
– Evite sair muito tarde para visitar os templos, depois de um certo horário a quantidade de pessoas torna os locais insuportáveis;
– Contrate um guia turístico, pois faz toda a diferença. Se não puder contratar para os templos do lado leste, certamente precisará contratar para o passeio até o Vale dos Reis.
– Dois dias e meio na cidade é suficiente para conhecer o básico dos pontos turísticos da cidade. Porém se desejar conhecer um pouco mais, fazer um passeio pelo Nilo de barco ou até mesmo de Cruzeiro, precisará de pelo menos um dia a mais.
Luxor certamente deve fazer parte de qualquer roteiro para o Egito. Juntamente com o Cairo, é uma das principais cidades para se conhecer um pouco da história egípcia.
Há quem estenda o roteiro até a cidade de Aswan que também é rica em cultura. A partir dela é possível fazer um bate-volta a Abu Simbel e ao seu imponente templo intricado em um paredão. Há outras pessoas que preferem seguir até Hurghada (como nós) ou Abu Simbel e assim conhecer o mar vermelho. Nós seguimos de Luxor para Hurghada no mar vermelho e contamos tudo, se valeu a pena ou não, aqui.
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